
Um gato
me contou onde tudo começou...
Antes mesmo de a Escola Arte do Museu existir, uma ideia transformadora já pairava no ar: a de que a arte poderia ser o centro do processo educativo. Em 1948, no Rio de Janeiro, nascia a Escolinha de Arte do Brasil, um espaço onde a criança era protagonista e o aprendizado acontecia pelas mãos, pelo corpo, pelas cores, pela imaginação.
o início
onde tudo começou
Inspirada pelas ideias do filósofo Herbert Read, a Escolinha via a arte não como uma disciplina isolada, mas como elemento essencial de desenvolvimento humano. Ao lado de pensadores como Augusto Rodrigues, Lúcia Valentim e Margareth Spencer, essa proposta ganhou vida e influenciou gerações de educadores em todo o país — inclusive no interior de São Paulo.


O Nascimento de uma Ideia
em Ribeirão Preto
Os ventos da arte-educação chegaram a Ribeirão Preto nos anos 1950, trazendo com eles o desejo de inovar. Em 1957, a criação da Escola de Artes Plásticas da cidade acendeu a faísca de um novo projeto. Em 1970, esse sonho tomou forma com a fundação da Escolinha de Arte do Museu, inicialmente com cursos livres de arte para crianças.
Mas ali já havia algo especial: uma visão de mundo onde brincar, criar e aprender eram parte do mesmo processo.
Das Garatujas
ao Realismo: Crescimento com Propósito
Assim como o desenvolvimento das crianças, a Escola também passou por um processo de amadurecimento. De um espaço voltado a cursos livres, transformou-se em uma escola de Educação Infantil com proposta pedagógica ousada e cheia de alma.Essa transformação foi impulsionada por estudos sobre o desenvolvimento infantil, que reconhecem a importância do desenho e das múltiplas linguagens como formas legítimas de expressão e construção de conhecimento. A escola incorporou também reflexões contemporâneas sobre alfabetização, que valorizam o pensamento crítico e o processo de construção de hipóteses pelas próprias crianças.
A proposta pedagógica ganhou ainda mais força com contribuições da psicologia cognitiva e criativa, que destacam a importância de equilibrar raciocínio lógico com pensamento imaginativo — abrindo espaço para a criatividade como ferramenta essencial para aprender e viver.
Aqui, o aprender é um processo orgânico, sensível, e muitas vezes experimental. É um espaço onde a infância é levada a sério e a arte é a linguagem que traduz o mundo.
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Repertório que Cresce com o Tempo
Ao longo das décadas, a Escola foi ampliando seu repertório. Incorporou novos campos do saber, como o Design Thinking, que hoje integra o currículo do Ensino Fundamental II por meio do Laboratório de Inovação. Essa abordagem estimula a criatividade, a colaboração e a resolução de problemas reais — exatamente o que se espera de uma educação conectada com o século XXI.
Mais do que ensinar conteúdos, a Escola forma pessoas capazes de reinventar o mundo.



Arte-Educação como Missão
A arte-educação é o alicerce que sustenta a Escola Arte do Museu. Essa filosofia está presente na sala de aula, nos pátios, nos projetos interdisciplinares, nos cantinhos de leitura, na forma de escutar as crianças, no respeito ao tempo de cada uma.
Segundo a UNESCO, a educação artística melhora os resultados de aprendizagem, desenvolve habilidades emocionais e sociais, e inspira criatividade em tempos de crise. E é exatamente isso que a Escola tem feito: a arte como essência da educação.


MULHERES QUE DEIXARAM E DEIXAM MARCAS
Maria do Carmo Sampaio
de Souza
Educadora e uma das fundadoras da Escola. Participou da concepção da Escolinha de Arte do Museu desde os primeiros cursos livres de arte até sua consolidação como escola de Educação Infantil. Esteve à frente da formação de professores e da estruturação pedagógica da instituição. Aposentou-se em 1985, deixando um legado de dedicação e pioneirismo.
Ignez Amábile Fonseca Bottura
Fundadora e referência em arte-educação, foi uma das principais responsáveis pela filosofia pedagógica da escola. Atuou ativamente na formação de professores na região e ajudou a consolidar o projeto da educação infantil inspirado pela arte.
Lídia
Siqueira
Participou da fundação da escola e integrou o grupo inicial de professoras. Esteve presente no início das atividades da Escolinha de Arte do Museu, mas afastou-se em 1974, deixando sua contribuição na fase embrionária do projeto.
Emília Blat Migliorini
Concertista e educadora, incorporou a música como linguagem fundamental no currículo da escola desde os anos 1970. Sua sensibilidade musical ampliou a proposta de uma educação artística integrada. Após seu falecimento em 2003, foi sucedida por sua filha.
Gilda M. Pedreira de Freitas
Professora e sócia da escola, contribuiu ativamente no fortalecimento da proposta pedagógica nos anos 1970 e 1980. Afastou-se por motivos de saúde nos anos 1990.
Therezinha Bonfá
Artista plástica e educadora, assumiu as aulas voltadas para pré-adolescentes e adolescentes a partir de 1975. Sua atuação ajudou a aprofundar o trabalho com faixas etárias mais avançadas, ampliando o alcance pedagógico da escola. Aposentou-se da sociedade em 2014.
Márcia Bueno de Pádua
Integrante do grupo que contribuiu para a expansão da escola nos anos 1970, participou ativamente do projeto por alguns anos, desligando-se em 1978.
Marilda L. Albanez
Colaboradora da fase de crescimento institucional, esteve presente no corpo docente entre os anos 1970 e início dos anos 1980, deixando o grupo em 1984.
Maria Bernadete Guerra Sampaio
Educadora com trajetória marcante na escola, integrou o corpo docente e a sociedade a partir dos anos 1970. Realizou formações relevantes, como o curso intensivo na Escolinha de Arte do Brasil, trazendo contribuições importantes para a consolidação da proposta da arte-educação em Ribeirão Preto. Atualmente, integra a diretoria da escola como responsável pela direção artística, zelando pela coerência estética e simbólica da proposta pedagógica e garantindo que a arte permaneça no centro da experiência educativa.
Maria Cecília Migliorini de Oliveira Lima
Com formação em música, iniciou sua trajetória na Escola Arte do Museu em 1977 como professora e, ao longo dos anos, assumiu a liderança pedagógica da instituição. Coordenou a implantação do Ensino Fundamental I e II e, junto a um grupo de professoras, liderou a criação do material didático autoral alinhado à arte-educação. Também idealizou os cursos de contraturno e, em parceria com o professor César, desenvolveu o núcleo de Inovação. Filha de Emília Blat Migliorini, dá continuidade a esse legado com olhar sensível e compromisso, garantindo que as inovações pedagógicas preservem a essência da escola em sintonia com os desafios do presente.
Vanessa França Bonini Panico
Com sólida experiência nas áreas administrativa e educacional, ingressou na diretoria da escola em 2014, trazendo uma visão atualizada de gestão e inovação. Responsável pela direção administrativa, liderou processos importantes como a implementação do Ensino Fundamental II e o fortalecimento dos projetos de contraturno. Sua atuação equilibra eficiência na gestão com compromisso com os valores humanos e criativos que moldam a essência da escola.